segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Umbanda e Suas Vertentes

A origem do vocábulo está na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinam-se para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Já a palavra Bandha, também de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Assim, analisando as duas palavras, podemos definir a Umbanda como sendo o elo entre o plano divino e terreno. Infelizmente, na época da revelação da Umbanda em terras brasileiras, não houve a preocupação em se manter a integridade do vocábulo. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.
Com o passar do tempo as pessoas foram agregando metodologias, vocábulos e detalhes de praticas provindas de outras religiões como candomblé, por exemplo. Esta fusão vem distanciando a verdaeira Umbanda dos seus fundamentos iniciais. Hoje se ouve falar de Umbandomble (mistura de umbanda com candomblé) e outras "umbandas" como descrito abaixo, mas a verdadeira Umbanda, aquela nascida no Brasil em 1908 ainda continua sendo praticada em muitos terreiros e em casas nesse pais.
A incorporação de guias também ocorreu em outras religiões como no Candomblé de Caboclos ( desde de 1865 - as primeiras manifestações de Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Pretos-velhos aconteceram dentro do Candomblé de Caboclos ), no Catimbó, no Espiritismo. Em 1908, na Federação Espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).
As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.
Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorizando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às religioes mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquela forma mais vinculadas ao espiritismo Kardecista - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciativa, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.
Hoje temos várias religiões com o nome "Umbanda" ( Linhas Doutrinárias ) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou

Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos;
Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;
Umbanda Branca e/ou de Mesa - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos preto-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;
Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
Umbanda Esotérica - É diferenciado entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. Da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
Umbanda Iniciativa - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito;
Umbanda de Caboclo - influência da cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
Umbanda de preto-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos preto-velhos;
Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Diferenciam-se das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

* Espero Que Possa ter Contribuido Para O conhecimento de Nossa Religião!!!

Orixas Naturais E Seu Par Cosmico
Segundo nosso Irmão Rubens Sarraceni Está é a Ordem.

Fé: Oxalá e Oya.
Amor: Oxum e Oxumaré.
Conhecimento: Oxóssi e Obá.
Justiça: Xangô e Eugunitá.
Lei: Ogum e Iansã.
Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê.
Geração: Yemanjá e Omulu.

Fundamentos
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos: -A caridade é a base da umbanda, e ela pode se dar tanto por meio de auxílio espiritual com as consultas tanto como caridade que todos conhecemos.

-Aceleração da evolução do ser através de ensinamentos assistemáticos e posteriormente sistemáticos.

-Auxílio religioso e magístico.

-Culto aos Sagrados Orixás.

-Integração do ser às hierarquias divinas.

-Esgotamento e aceleração cármica do ser.

Altar na Umbanda - Congá

É o lugar onde são colocadas as Imagens, assentamentos, Ferramentas, Pedras e Minerais Dos Orixás e falanges. É ele o centro da imantação de um templo, pois é dali que emanam todas as Vibrações através de seus imãs.
A parte onde são colocados os imãs é fechada, pois eles não podem ficar a mostra. Tocar nos imãs ou assentamentos só é permitido ao Babá, pois a ele pertence e somente no caso de algum problema com ele poderão ser tocados pela Mãe ou Pai pequeno.
Os assentamentos do Congá têm que ser limpos periodicamente. Os filhos de santo da casa têm obrigação de saldar este altar antes de começar o ritual e no seu término. Aos visitantes e consulentes a saudação só pode ser feita caso lhes tenha sido dada autorização.
Das extremidades do altar é que partem as vibrações para a corrente mediúnica.

SOBRE O CONGÁ
Ao chegarmos em um Templo de Umbanda, lugar sagrado onde a Espiritualidade se manifesta para bem e fielmente cumprir o que lhe é designado pelo Pai Maior (Tupã, Zambi, Olorum, Deus), via de regra observamos na posição frontal posterior do salão de trabalhos mediúnico-espirituais um ou mais objetos litúrgicos (cruz, imagens, símbolos, velas etc.), dispostos de modo bem visível e que despertam a atenção dos que ali se fazem presentes.
A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico magísticas, afixadas sobre certas bases, na Umbanda nomeamos de Conga (Jacutá - Altar- Pegi).
Um grande número de pessoas pertencentes a outros segmentos religiosos ou seitas, não conhecendo os fundamentos através dos quais a Umbanda se movimenta, o definem como sendo um local de idolatria e fetiches desnecessários. Já uma parte da coletividade Umbandista, mais preocupada com a forma de apresentação do que com a essência, também não têm noção do quão importante é o Conga para as atividades do Terreiro, notadamente em seus aspectos Esotéricos e Exotéricos.
Não queremos dizer com a citação de tais palavras que exista Umbanda Exotérica e Umbanda Esotérica. Umbanda é Umbanda e só, sem os designativos que infelizmente estamos acostumados a ouvir, produto da vaidade e do modismo de alguns. O que existem sim é exoterismo e esoterismo dentro da ritualística umbandista, e isto são notórios para aqueles que observam com atenção os trabalhos de terreiro.
Feitas estas considerações preliminares, comecemos por esclarecer que, embora os dois termos retrocitados (Exotérico - Esotérico) sejam pronunciadas da mesma forma (homofonia - mesma sonorização), ambas possuem significados apostos, diferentes.
Diz-se Esotérico (Eso = Interno, velado, oculto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação somente é acessível a uma plêiade de pessoas, que por outorga espiritual e/ou sacerdotal alcançaram tal conhecimento.
Sua publicidade é velada, pelo menos a priori.
Conceitua-se Exotérico (Exo = Externo, aberto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação é de conhecimento geral, alcançando a todos, de forma ostensiva, pública, vale dizer, sem nenhuma restrição quanto a sua razão de ser.
A nível Exotérico, o Congá funciona como ponto de referência ou lugar de intermediação ou fixação psíquica, para o qual são direcionadas ondas mentais na forma de preces, rogativas, agradecimentos, meditações etc.
É sabido que as instituições umbandistas recebem pessoas dos mais diferentes degraus evolucionais, umas dispensando instrumentos materiais para elevarem seus pensamentos ao plano invisível, e outras tantas, a maioria, necessitando de elos tangíveis de ligação para concentração, afloramento, e direcionamento do teor mental das mesmas.
No quesito Sugestibilidade, o Conga, por sua arrumação, beleza, luminosidade, vibração etc., estimula médiuns e assistentes a elevarem seu padrão vibratório e a serem envolvidas por feixes cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela Espiritualidade Superior atuante.
Também é através do Conga que muitas pessoas que adentram pela primeira vez em um templo umbandista conseguem identificar de pronto quais forças que coordenam os trabalhos realizados. Para os não-umbandistas, como é saudável e balsâmico visualizar uma imagem representativa de Jesus, posicionada em destaque, como que os convidando a fazerem parte desta grande obra de caridade que é a Umbanda.
Sim amigos leitores, a Umbanda é uma religião inteligentemente estruturada pela Divina Espiritualidade.
Enquanto algumas religiões vaidosamente insistem em ficar em seus pedestais, fazendo apologias e proselitismos em causa própria, ora se intitulando como sendo o consolador prometido, ora como a única igreja de Deus, sem se importarem com os diferentes níveis de consciências encarnadas, a Umbanda, assim como Jesus, se integra as multidões, acolhendo a todos, sem distinção alguma, sem catequizar ou bitolar doutrinariamente ninguém. Religião é isto: é atender a todas as classes sociais, econômicas, religiosas, étnicas e consciências, atingindo-as, amparando-as e respeitando as diversas faixas espírito-evolutivo.
Passemos a falar do aspecto Esotérico do Congá. E o faremos de maneira parcial, uma vez que não é nossa finalidade “pescar” para ninguém, mas tão somente estimular o estudo e uma maior habitualidade de raciocínio no que diz respeito a temas de fundamento dentro da Umbanda, a fim de termos médiuns mais bem preparados e aptos a dignificarem nossa sagrada religião.
Imaginem uma Usina de Força. Assim ‘e o Templo Umbandista. Agora imaginem esta usina com três ou mais núcleos de força, cada qual com uma ou mais funções neste espaço de caridade.
Pois bem, o Conga é um deste núcleos de força, em atividade constante, agindo como centro Atrator, condensador, Escoador, Expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.
‘E Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.
É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicoesfera dos presentes.
É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio) comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.
É Expansor, pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e asistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.
É Transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.
É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do terreiro a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).
Não, irmãos umbandistas, o Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois que pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão dos mentores de Aruanda.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

AS QUEDAS DO MÉDIUM NA UMBANDA

Os médiuns na Umbanda e em outras correntes, também,
Costumam cair ou baquear por três coisas:
a) Excesso de vaidade
b) Ambição pelo dinheiro fácil facultado pelo mau uso da
Mediunidade
c) Sexo, ou seja, ligações amorosas nas dependências do terreiro
Temos observado, verificado mesmo, que muitos médiuns dentro
Do 1º e 2º caso, costumam voltar à linha justa, depois de
Convenientemente disciplinados pelos seus protetores. Para uns,
Apenas alguns trancos duros os consertam; para outros, faz-se
Necessários severos castigos etc, para se reintegrarem e
Finalmente receberem o perdão, visto terem deixado de lado
Tanta vaidade oca e prejudicial e tanta ambição pelo dinheiro fácil,
“do santo”…
Porém, no 3º caso, o perdão - salvo condições excepcionalíssimas
– é difícil, é raro… Quando, por via das condições excepcionais em
Que conateceu o erro, alguns têm sido perdoados de conseqüências
Maiores, mas uma coisa é certa: - geralmente são abandonados pelos
Seus protetores, isto é “o caboclo, o preto-velho” não volta ao exercício
Mediúnico com eles - os médiuns que decaíram pelo sensualismo, pelo
Desrespeito às coisas espirituais de seus Terreiros ou de seus “congás”
E, portanto, sagradas…
Não adianta a esses tais “médiuns-decaídos” quererem empurrar
Teimosamente, nos outros, “o seu caboclo, o seu preto-velho”…
Uma mancha negra persegue-os, não se apaga ninguém se esquece
Do caso e, no fundo, ninguém acredita neles e mesmo os de muita
Boas vontades acabam sempre duvidando de suas “mediunidades,
De seus protetores etc”…
Sabemos que a maior regra, a maior força que existe para um
Médium segurar por toda sua vida terrena a proteção de suas
Entidades afins, é a sua conduta reta em todos os setores, é a sua MORAL,
Especialmente no seio familiar…

Allan Kardec - Livro dos Médiuns, fala sobre isso também, de outra forma.
Vejamos:
2ª Estará no esgotamento do fluido a causa da perda da mediunidade?
“Seja qual for a faculdade que o médium possua, ele nada pode sem o
Concurso simpático dos Espíritos. Quando nada mais obtém, nem
Sempre é porque lhe falta a faculdade; isso não raro se dá, porque os
Espíritos não mais “querem, ou podem servir-se dele.”

3ª Que é o que pode causar o abandono de um médium,
Por parte dos Espíritos?
“O que mais influi para que assim procedam aos bons Espíritos é o
Uso que o médium faz da sua faculdade. Podemos abandoná-lo,
Quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos;
Quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós
Produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que têm necessidade
De ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao
Médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições,
Mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos
Homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não
Corresponde às suas vistas e já não aproveita das instruções nem dos
Conselhos que “lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno.”

A suspensão da faculdade não implica o afastamento dos Espíritos
Que habitualmente se comunicam?
“De modo algum. O médium se encontra então na situação de uma
Pessoa que perdesse temporariamente a vista, a qual, por isso, não
Deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora impossibilitada
De vê-los. Pode, portanto, o médium e até mesmo deve continuar a
Comunicar-se pelo pensamento com seus Espíritos familiares e
Persuadir-se de que é ouvido. Se for certo que a falta da mediunidade
Pode privá-lo das comunicações ostensivas com certos Espíritos,
Também certo é “que não o pode privar das comunicações morais.”

Por que sinal se pode reconhecer a censura nesta interrupção?
“Interrogue o médium a sua consciência e inquira de si mesmo
Qual o uso que tem feito da sua faculdade, qual o bem que dela tem
Resultado para os outros, que proveito há tirado dos conselhos que se
Têm-lhe dado e terá a “resposta.”

Conduta Moral, Espiritual e Física dos Médiuns dentro da Corrente Astral de Umbanda.

1 - Manter dentro e fora da Tenda, isto é, na sua vida espiritual
Ou religiosa particular, conduta irrepreensível, de modo a não
Suscitar críticas, pois qualquer deslize neste sentido irá refletir
Na sua Tenda e mesmo na Umbanda, de modo geral.

2 - Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo
Livros indicados pela Direção Espiritual do Terreiro, bem como
Assistindo palestras nesse sentido.

3 - Conservar sua saúde psíquica, vigiando constantemente o
Aspecto moral.

4 - Não julgar que seu protetor ou sua entidade é o mais forte,
o mais sabido, muito mais "tudo" que o do seus irmão, médium também.

5 - Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, contando,
Com insistência, os feitos de seus guias ou protetores.
Lembre-se de que tudo isso pode ser problemático e transitório
e não esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda
Essa conversa vaidosa ruir fragorosamente.

6 - Dêem paz a seu protetor no astral, deixando de falar tanto no
Seu nome, isto é, vibrando constantemente nele. Assim, você
Está se fanatizando e "aborrecendo" a entidade. Fique certo de
Que, se ele, o seu protetor, tiver "ordens e direitos de trabalho"
Sobre você, poderá até discipliná-lo, cassando-lhe as ligações
Mediúnicas e mesmo infringindo-lhe castigos materiais,
Orgânicos, financeiros, etc. Se você for desses que, além de
Tudo isso, ainda comete erros em nome de sua entidade protetora...

7 - Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando
Chegar lá, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus
Pensamentos de paz, fé e caridade pura para com o próximo.

8 - Lembrem-se sempre de que sendo você um médium considerado
"pronto" ou em desenvolvimento, é de sua conveniência tomar
Banhos de descargas ou propiciatório determinados por seu guia ou
Protetor, Seu for médium em desenvolvimento, procure saber quais
os banhos e defumadores mais indicados, que poderá ser dado pela
Direção do terreiro.

9 - Não usem guias ou colares de qualquer natureza sem ordens
Comprovada de sua entidade protetora responsável direta e
Testadas no terreiro.

10 - Não se preocupem em saber o nome do seu guia ou protetor antes
que ele julgue necessário e por seu próprio intermédio. É de toda
Conveniência também para você, não tentar reproduzir, de maneira
Alguma qualquer ponto riscado que tenha impressionado dessa ou
Daquela forma.

11 - Não mantenha convivência com pessoas más, viciosas, maldizentes etc...
Isto é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios
Pensamentos. Tolerar a ignorância não é compartilhar delas...

12 - Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar as recompensas.

13 - Tenha ânimo forte através de qualquer prova ou sofrimento.
Aprenda a esperar e confiar...

14 - Não temam a ninguém, pois o medo é prova de que você está
Em débito com sua consciência.

15 - Lembrem-se sempre de que todos nós erramos, pois o erro é da
Condição humana e, portanto ligado a dor, a sofrimentos vários e,
Conseqüentemente, às lições, com suas experiências... Sem dor,
Sofrimento, lições e experiências não há Karma, não há humanização
Nem polimento íntimo. O importante é que não se erre mais.
Ou não cometer os mesmos erros.

16 - Zele por sua saúde física, com uma alimentação racional e equilibrada

17 - Não abuse de carnes, fumo e outros excitantes, principalmente o álcool.

18 - Nos dias de trabalhos regulem a sua alimentação e faça tudo
Para se encaminhar a sessão espiritual, limpo de corpo e espírito.

19 - Não se esqueça hipótese alguma, de que não se deve ter
Relações ou contatos carnais na véspera e no dia dos trabalhos.

20 - Tenham sempre em mente que, para qualquer pessoa,
Especialmente o médium, os bons espíritos somente assistem
Com precisão, se verificarem uma boa dose de humildade ou de
Simplicidade no coração. A vaidade, o orgulho e o egoísmo cavam o
Túmulo do médium.

21 - Aprendam lentamente a orar confiando em Jesus, o Regente do
Planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu Guia ou Protetor.
Ele é seu grande amigo e somente trabalha para a sua felicidade.

DEVERES DO MÉDIUM

1) Dar de graça o que de graça recebeu, Sendo o
Médium apenas um instrumento adstrito aos Guias,
Para que estes por seu intermédio orientem,
Aconselhem os irmãos encarnados na trajetória da
Vida terrena, quando isso merecerem, é dever do
Médium dar passes para amenizar sofrimentos, etc.,

2) Estar sempre a postos, no terreiro, nos dias e horas
predeterminados pelos Guias Espirituais, que exigem
Assiduidade responsabilidade e pontualidade.

3) Abster-se de preocupações laboriosas ou de outra
Ordem, Que possam ligar à matéria nos dias de
Trabalhos espirituais, E conservar o firme propósito
De que vai para o terreiro Cumprir a sublime missão
De médium. Deve o médium Guardar preceito nos
Dias destinados as sessões.

4) Pensar sempre que é um soldado a serviço de Jesus,
E como tal, esforçar-se por cumprir a Lei do Mestre:
Perdão, renúncia, humildade, caridade e amor ao próximo.

5) Ser resignado diante do sofrimento para dar exemplo
De coragem para lutar e vencer; não transferir seus
Problemas terrenos para os Guias Espirituais,
Lembrando-se que estes podem orientar e ajudar o
Médium no plano espiritual, dependendo tão somente
Do esforço de cada um, segundo nos disse Jesus:
Faze a tua parte que o céu te ajudará!

6) * Abster se de Sexo Pelo Menos 48 Hs Antes Das Giras.

* PROCURAR EVITAR AGITAÇÕES E FICAR O MAIS CALMO POSSÍVEL.

* TOMAR BANHO DE DEFESA ANTES DOS TRABALHOS.

* EVITAR BEBIDAS ALCÓOLICAS E FUMAR O MENOS POSSIVÉL.

* PROCURAR DECORAR E CANTAR OS PONTOS DURANTE O RITUAL.

* ESTAR SEMPRE EM SINTONIA E ATENTO AO RITUAL.

* AUXILIAR SEMPRE NO QUE FOR NECESSÁRIO.

* PROCURAR PARTICIPAR E COMPREENDER O RITUAL.

* SER SEMPRE PONTUAL E NÃO FALTAR SEM NECESSIDADE.

* SEMPRE MANTER UM BOM RELACIONAMENTO COM SEUS IRMÃOS DE FÉ.

* EVITAR FOFOCAS, E COMENTÁRIOS DESNECESSÁRIOS E CONVERSAS IMPRODUTIVAS.

*RESPEITANDO E TRATANDO COM CARINHO A TODOS PARA RECEBER O MESMO TRATAMENTO DOS IRMÃOS DE FÉ.

Imantação da Pemba

Imantação
Você pode Imanta La Em Seu Conga ou no:
Sol, Com Cristais, Imã ou Ervas Colhidas em
Horários Positivos, tudo em Disposição de
Forma Geométrica.

No nosso Dia-a-dia, e principalmente dentro de um
Atendimento Espiritual.
Sabemos que a "Força do Pensamento", é um fator
Importantíssimo para todos nós. Mas, para que possamos
Ter um pensamento "Firme", para que consigamos ter
Aquela "Força Mental" necessária e adequada para uma
Boa "Transmutação Mental" faz-se necessário também
Que se possua um Campo Energético Orgânico e
Psicológico adequado e equilibrado.
Porém, não é suficiente afirmar-se, que apenas o pensamento
Positivo, que apenas o "Poder do Pensamento", seja o necessário.
Para que se possa atingir esta condição mental, é preciso
Que se possua uma estrutura física, psicológica, espiritual,
Também adequada. Fator este, que aqueles indivíduos já
Debilitados em diversos campos, não possuem.
Eles não conseguem atingir aquela "Força Mental"
Necessária, à "Transmutação do Pensamento".
Neste momento, encontramos a importância, daquilo que
Denominamos a "Grande Maravilha dentro de uma parte
“Espiritual” - "A Imantação".
Na realidade, a Imantação é uma aplicação dos conceitos da
Bioenergética, que atualmente com o avanço da
"Medicina Alternativa" se apresenta como um Fator
Muito Eficaz Todos sabemos que, para se ter um Equilíbrio na
"Vida Normal" é preciso também possuir, duas situações:
Primeiro, um Isolamento total, contra a "Vibração Negativa",
E segundo, um Campo de Energia ao menos Razoável. Ambos
Necessários para que se possa melhor atingir a aquela força
Mental, Espiritual, e também Física, assim como o
Campo da Saúde, Que precisa estar bom.
Dentro de um Campo Espiritual, existem diversas
Vibrações provindas de um espaço cósmico, e que atuam
Sobre todos nós na Terra.
Tais vibrações atuam, até sobre o Chumbo, que é
Reconhecidamente um dos materiais mais Isolantes conhecidos.
O que se pensar então sobre nossa Cabeça, nossa frágil
Caixa Craniana, nossa Mente.
Elas alteram nosso comportamento, agem sobre nossas
Moléculas, alteram nosso campo de Energia, e por isso
Torna-se necessário possuir-se um adequado Campo de
Isolamento.
É importante compreender que, tudo possui dois pólos.
E assim toda Vibração também possui dois polos.
O Positivo e o Negativo. Se assim não fosse, não
Existiria a corrente, não existiria a energia.
Essa vibrações levam nomes diferentes, dependendo
Da Filosofia ou Campo, que as busque estudar,
Compreender e aplicar. Uns as chamam de Energia Alfa,
Omega, Delta, outros de outros nomes.
E dentro de uma Umbanda, logicamente também
Possuímos os nossos nomes: Xangô, Ogum, Oxossi,
Omulu, Iansã, Nanã, Oxum, Iemanjá, Ossãe, Oxumarê,
A Linha do Oriente, e as nossas grandes falanges de
Trabalho como os nossos grandes amigos Exus e Pomba-Giras,
Caboclos e Caboclas, Pretos-Velhos e Pretas-Velhas, os nossos Ibejis.
Analisando, desta forma, torna-se fácil compreender a
Necessidade de possuirmos um adequado isolamento em
TODAS estas vibrações.
A Energia Negativa, pode ser do tipo "Absorvida",
Comum em cerca de 70% dos casos, fruto de uma
"Absorção Espontânea", provinda de ambientes, de pessoas,
De situações, de circunstâncias ou mesmo do próprio Astral
De pouco, portanto, adiantaria possuir-se um isolamento,
Em uma, duas ou mais vibrações, deixando-se outras
"Em Descoberto", pois poderia absorver-se negatividade,
Em uma ou mais daquelas vibrações que não estivessem
Devidamente isoladas.
A imantação é Praticada a mais de 3.000 Anos, tendo sido
Encontrado registros de sua utilização, no Bramanismo,
No Budismo, na Filosofia Lamaista, no Antigo Egito pelos
Faraós e Sacerdotes. Praticada hoje em dia, pelos Lamas no Tibet,
A Imantação é uma prática que visa a uma "Absorção de Energia",
Utilizando-se do "Magnetismo Vegetal".
Existem quatro formas de magnetismo. O Astral, que é a entidade
(O Espírito "solto" no Astral é uma energia). O Terrestre,
Que pode ser observado pelas Bússolas, os Pólos Magnéticos do Planeta.
O Vegetal e o Mineral. O Magnetismo Animal, nós não o
Consideramos, por julgá-lo de certa maneira, até negativo.
Dentro de uma imantação, nós preparamos Imãs, utilizando-nos
Do magnetismo Vegetal, que são dispostos dentro numa forma
Geométrica específica, de forma a atrairmos os respectivos pólos
Positivos, conseguirmos "descarregar o pólo negativo",
e também favorecer a formação de um "campo de isolamento",
Em cada uma daquelas diversas vibrações.

Durante a ritualística, as pessoas que estão ali participando,
Estão sobre a ação desses imãs, absorvendo então toda aquela
Positividade. Aqueles que porventura, estavam sofrendo pelos
Efeitos de um Campo de energia baixo, logicamente se recuperam.
Aqueles que porventura estavam sofrendo os efeitos de alguma
Negatividade, em qualquer uma daquelas vibrações, tem essa
Negatividade atraída (descarregada), pelo Imã correspondente,
E conseqüentemente as melhores condições de também atrair a
Vibração positiva.
A pessoa passa então a ter as condições mais adequadas,
Em termos de energia, para poder melhor atuar e reagir,
Naquelas situações descritas anteriormente.
É evidente que, no Dia-a-dia da Vida, vamos fazendo uso
De nossa energia, de nossa positividade em todos os campos.
E assim é normal que venhamos a sofrer os efeitos de certo
Desgaste Energético em todas aquelas vibrações e muito
Provavelmente até, mais em algumas do que em outras.
Naturalmente, algumas pessoas, até pelo seu próprio estilo de vida,
Condição Física e Mental, irão se desgastar mais rapidamente
Do que outras.
Como método de Absorção de Energia, a imantação assim
Como outras ritualísticas tradicionais, não é uma solução
Milagrosa ou eterna. Ela possui certo "Prazo de Validade",
que em geral, é determinado pelo próprio desgaste natural e
Individual de cada pessoa.

PEMBA É = À GIZ ?

A Pemba!

É somente um giz? Eu aprendi que não!
Pode ser substituída?
(usando giz de lousa pra marcar o ponto)
Eu acredito que não!

Vou Postar o que consta no material de
Estudo de nossa casa.

"A Pemba, de origem africana, é um instrumento
Ritualístico de alto significado.
É normalmente utilizada para riscar pontos pelas
Entidades e pelo médium, visando estabelecer
Contatos vibratórios com as esferas espirituais.

A Pemba praticamente é usada em quase todos os
Rituais de Umbanda.

Por carregar o axé, a Pemba é saudada como um
Divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados
E reverências específicas.

O fundamento místico de sua utilização está
Relacionado à pedra.
Seu uso estabelece relação entre o universo da
Forma e o espiritual ou etérico.

A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas
Manifestações.
Assume aspecto neutro e, devido a isso,
Significa Lei e Justiça.

Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é
Sensível à água, Mudando de tom quando
Está molhada, deixando ser Levada pela
Correnteza dos rios.

A Pemba, através do seu elemento ígneo, fogo,
Manipula as energias psíquicas do ser humano;
Pela água lava, limpando o espiritual da áurea;
Pelo ar transporta para o campo de origem;
Pela terra, através de seus filtros, retorna suas
Funções equilibrantes.

Pela pureza, a Pemba é um dos poucos elementos
Que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada
Para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.

Confecciona-se a Pemba com uma substância
Chamada “caulim” (argila pura de cor branca),
Importado da África. Com o tempo, o “caulim”
Foi substituído pela dificuldade de importação,
Pelo “calcário” e a ”tabatinga”.

Sua confecção é bem simples;
Basta misturar uma pequena quantidade do material
Citado acima triturado com um pouco de goma arábica
Diluída em um pouco de água, Deixá-la secar um pouco,
E antes que a massa endureça dar a ela o formato desejado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

HISTÓRIA DA UMBANDA

No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.

Esses "ataques" do rapaz, eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.

Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.

Alguém da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.

O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.

Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: _"Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?"

Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.

Um médium vidente perguntou: _"Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?

_"Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados."

_"O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."

Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:

_"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”

O vidente retrucou: _"Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto" ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:

_"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".

Para finalizar o caboclo completou:

_"Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"

No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.

Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.

A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.

O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.

A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.

Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.

O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.

Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:

"_ Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."

Após insistência dos presentes fala:

"_Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."

Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

"_Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."

Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".

No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.

Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.

Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "_Não os aceite. Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.

A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.

Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:

"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".

VEJO TUDO! SERÁ QUE ESTOU INCORPORADO?

Esse é o Medo e a Pergunta de Todo Médium que Inicia
Sua Caminhada na Umbanda é o Fator da Incorporação
Consciente. A Cada10 Médium 9 Tem essa Duvida e
Insegurança no inicio de suas Incorporações.
Isso é Muito Comum de Ouvirmos, Esse Tipo de Duvida
Sobre o Transe, Quem Não Teve Está Duvida? Ou quem
Nunca Ouviu Esta Pergunta?
Essa Dúvida Que Assola a Maioria dos Terreiros a Culpa
É de Grande Parte dos Dirigentes Espirituais e Dos Médiuns
De Incorporação Mais Antigos Que Insistem em Dizer Que
São
Totalmente Inconscientes, Talvez para Valorizar Sua
Mediunidade e Não Perderem a Credibilidade ou Com
Medo de Serem Tachados de Mistificadores.
- Podemos nos Acalmar! Há Muito Tempo Sabemos Que as
Entidades Deixaram de Usar a Inconsciência Como fator
Preponderante Para um Bom Trabalho Exercido Através de
Seus Médiuns, Muito Pelo Contrario, Hoje Sabemos que 95%
Dos Médiuns São Totalmente Conscientes, E 4% Semi Consciente.
A Inconsciência Completa Hoje é Rara nos Médiuns, A Minoria
Cerca de 1% dos Médiuns a Traz Pelo Dom Mediúnico de
Nascença E Não Por Necessidade Espiritual Dos Guias,
E Raramente Irá Ser Revelada, Justamente Para não Causar
Insegurança Tão Presente em Nossa Religião.

PENSEMOS EM UM EXEMPLO:

Você Tem um Copo de Água, Adicione uma ou Duas Colheres
de Açúcar , Dá ainda Para Identificar os Dois Elementos, Se
Agitarmos Esses Dois Elementos Eles se Misturaram, Dando
Assim Um Terceiro Elemento Inteiramente Modificado, Más
Ainda Contendo os Outros Dois Elementos. – Assim Se
Processa a Incorporação, A Mente do Médium Aliada a Energia
Gerada Pela Entidade que se Aproxima, Unindo-se em Perfeita
Harmonia
e Com o Conhecimento de Ambos Fazem um Trabalho
Mais Compacto e Correto. -Nunca Se Acanhe Em dizer que é
Consciente, Pois ao Contrario a Persistência da inconsciência
Poderá Levá-lo a Falha dando Assim, Margens para Suspeitas de
Mistificação.

MAIS UMA PROVA:
Os Médiuns Quando Incorporado Suas Entidades Possuem
Alguns Trejeitos Vamos Usar o Caboclo Como Exemplo:
Caboclos Levam Uma Das Mãos para Traz Ou Fecham suas
Mãos Estirando Um Dos Dedos Como se Fosse Uma Lança
Ou Espada, Outros Mancam de uma Perna e Outros Gostam
De Dançar, VOCÊ Médium Tente Impedir Um Desses
Movimentos ou Vontades, Você estará Cometendo uma Falha
Muito Grande de Intervenção, Má Terá a Prova da Reação da
Entidade Não o Permitindo Corrigir a Postura ou Movimento.

FINALIZANDO

Antigamente no Inicio Da Umbanda Havia a Necessidade
Da inconsciência dos Médiuns, Muito era o Numero de Leigos
E Descrentes, Muitos Curiosos de outras Seitas Testavam Nossos
Médiuns de Forma Inconveniente, A Umbanda Sentia a Necessidade
De Provar a que Veio, E Também por Causa De seus Médiuns que
Sentiam Vergonha na Pronuncia, Nos Trejeitos e na Postura Das
Entidades se Assustavam Com Estas Condições e que Por Conseqüência
Poderiam os Levar ao Afastamento de Suas Entidades e
Obrigações Religiosas.

Hoje Graças ao Nosso Pai Oxalá, Nossos Orixás e Guias, E Com
A Evolução Constante da Lei Todos nos Conhecemos as Capas
Fluídicas que Nossas Entidades Faz de Uso, Não Havendo
Assim Mais a Necessidade de Esconderem de seus Médiuns a
Forma que se Apresentam.

AXÉ!!!!